segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Porque nos apaixonamos?

Diz-se que tudo começa pelo início… Ora não podia concordar mais! Tudo se inicia do nada, do nada físico e do nada emocional. Do nada em expectativas e em compromissos. Do nada, em lugar nenhum, em momento algum, de momentos únicos e singulares. De momentos em momentos, de nadas em nadas, de lugares em lugares… Dito isto pergunto-me: o que é que nos faz apaixonar por alguém? Mistério misterioso e sem uma resposta óbvia! Se fosse óbvia, estes tempos de paixão não seriam tão irracionais. Não é só porque ela é assim ou assado, não é só porque ela é bonita, não é só porque aparenta ter aquele pormenor que mais gostamos. Não é por ter aquele ou o outro atributo físico. Não é por saber falar, não é por já ter vivido mais ou menos intensamente a vida. Não basta ser inteligente, por mais que todos admirem isso. Tem de ter isso e algo mais… Diria que esse algo mais é o jeitinho de ser. Apaixona-mo –nos exactamente pelo jeito de ser próprio e da sua beleza. Não é porque ela ri-se mais ou menos alto, fala mais ou menos alto, não é por ela ter olhos azuis, verdes ou castanhos. É o jeito dela de dizer algo em voz alta como se fossemos nós a fazê-lo; é o jeito dela de mexer no cabelo, de forma lenta e sensual. É o jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa por fora das calças, ou o maneira como se produz em cada momento especial. É a sua elegância. Não importa a roupa que ela veste, vai-te parecer sempre perfeitamente belo. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de rir ou sorrir. Adoro sorrisos (foi só um aparte). É o jeito de tocar, de olhar… A sua beleza, torna-nos dependentes daquelas emoções físicas que o outro nos provoca. A voz dela provoca-nos, o olhar derrete-nos. O ar misterioso e por vezes enérgico, surpreende-nos. Entregamos-nos no querer desvendar cada mistério, no querer testar a calmaria daquele corpo. Sentimos o vício a despertar pelos diálogos mais ou menos constantes. Por exemplos das próprias vidas, que nos vão mantendo conectados no conhecimento mutuo. São os detalhes faciais, a maneira dos olhos brilhar, a maneira sensual como achamos que se move, e que nos faz perder a calma.
E no exacto momento em que esses corpos se encontrarem, gera-se uma sintonia, que fazem os seus corpos enlouquecerem, a tua mente derreter e o teu coração ter momentos de aceleração e desaceleração, intervalados por êxtases totais. Nestas alturas o respirar já não tem graça, queremos é mesmo perder o fôlego, provocada pela inspiração das acelerações e expiração das desacelerações. E nessa perca de fôlego, provocado pelos nossos corpos, faz-nos parecer a física mais sensata. Pensamos exactamente que quando está frio, sabemos onde nos esquentar. Quando estamos melancólicos, sabemos onde nos alegrar. Exactamente naquele abraço e naquele olhar. Quando nos sentimos sós, sabemos quem queremos para dialogar. Quando estamos enérgicos, sabemos exactamente quem desejamos para nos cansarmos. Quando nos encontramos, sabemos exactamente que nos queremos. Pensamos nessa altura que os nossos corpos são como um vulcão em erupção. E não importa há quanto tempo nos conhecemos, quando a sintonia é despertada e a vontade tende cada vez a aumentar mais. Nessa altura, não adianta tentar manter a calma, a atracão atrai, o desejo devora-nos e a entrega acontece… E é exactamente por isto, que nos apaixonamos! Digo eu…

1 comentário:

  1. Maravilhosa publicação, muito obrigado pelo seu contributo a Humanidade :-)

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